Eu não costumo escrever muito sobre ícones da moda brasileira, não é o meu forte. Admito que horas de pesquisa sobre o assunto eventualmente me levarão a figuras senão tão importantes, ao menos únicas, como a editora de moda Regina Guerreiro. Perfeccionista e cheia de casos e estórias engraçadas para contar, a editora dá mais de um post!
Rabo preso. Adorei ouvir de alguém do mundo da moda que existe um pouco de seriedade, e que a amizade com estilistas pode terminar deixando o seu rabo preso. Melho evitar ter que "fazer uma social" e melhor ter a liberdade para poder "meter o pau" em alguma coleção sem noção. É para isso que as editoras de moda existem, para falar do trabalho alheio, e a verdade muitas vezes não é tão bonita e agradável como imaginamos.
“A Regina foi a pioneira porque ela fazia suas excentricidades sozinha (...). Ela criou uma linguagem de moda para a moda brasileira e durante muito tempo liderou isso sozinha. (...) Acho que a Vogue [brasileira], claro que trouxe uma inovação, (...) A Regina colocou muita brasilidade na Vogue. (...) Ela trazia o Brasil, ela fazia o Brasil na Vogue com a coisa da luz (...) exuberância, cor, dinâmica” (MENDES, 2012).
Guerreira. Jornalista brasileira, foi editora e diretora da Vogue Brasil durante 14 anos, estagiou na Harper's Bazaar e terminou abrindo uma empresa de consultoria de moda no Brasil. Regina é considerada por muitos como uma verdadeira autoradidade do mundo da moda. Criativa a moça já mostrou que é. Acho que essa edição da Revista FFW é uma mostra do carinho e respeito consquistados por Regina.
editorial de Regina Guerreiro com pato pintado de tinta spray azul em junho de 1981. |
Ui! Regina Guerreiro lançou o "Ui!", livro com textos irônicos e divertidos, apresentando um retrato da moda
desde a década de 1960, contando também detalhes biográficos da autora.
O
projeto, criado em parceria com a Luste Editores e patrocinado pela
Renner, reúne imagens que relembram a trajetória de Regina, consagrada
por seu trabalho em publicações como Claudia Moda, Manequim, ELLE, Caras e Vogue.
Fotógrafos renomados, entre eles JR Duran, Bob Wolfenson, André
Schiliró, Otto Stupakoff, Tripolli e Miro, assinam as imagens que
ilustram o livro. O livro tenta reúnir alguns de seus trabalhos e acaba sendo uma biografia em imagens.
"A moda é uma filha da puta." “Agora tudo está igual, tudo fake", a moda de hoje, segundo Regina, é, sim,
essa megera que faz com que muita mulher se sinta um lixo por não ser
magérrima. Ou que muitas outras desfigurem o rosto com plásticas. “Se
você não se aceita, quem vai te aceitar?”, diz. (Revista TPM)
Para a jovem de 72 anos sem papas na língua e que leva a vida com humor - e piadas - o problema da moda atual é que ficou tudo igual. Não tem mais arte na moda, tudo virou um grande negócio. A moda tem incomodado um pouco Regina, que acha essa obsessão pela magreza que ronda o mundo da moda uma loucura. Loucura que faz parte do dia-a-dia da moda : "Sabe o que é produção? É jogar água na
cara da modelo, passar rodo, se ajoelhar no chão!”. Eu, com 50 anos,
ainda me ajoelhava no chão, no meio da rua, e não vejo a Costanza fazendo isso.
Tudo é possível. Desde que não seja boring (chato). Essa é uma das palavras que mais saem da boca de Regina. E é isso que ela acha que a moda virou. consumo, gente igual, sem identidade, ou seja, “uma chatice”.
O trabalho
de Regina Guerreiro dentro da publicação Vogue deu espaço e representatividade
no mercado editorial nacional para a revista, tendo em vista, principalmente, os novos formatos e conceitos
criados por ela para mostrar moda nos editoriais fotográficos quebraram
barreiras e prezaram pela ousadia, seguindo a linha do trabalho de
Diana Vreeland na Vogue americana. Eu sou fã das duas, e por isso sou suspeita para falar!
Espero que tenham gostado! Boa terça-feira pra todo mundo!
♥
sources_ revistatpm, observatoriodaimprensa, google
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